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Posts Tagged ‘trem’

NO AUGE DAS EMOÇÕES DA VIAGEM, RELATO MINHAS IMPRESSÕES. LEIAM COM O CORAÇÃO. AS IMPRECISÕES VEJAM COMO LICENÇA POÉTICA.

Percebi que a Índia não é igual para todo mundo, depende do olhar de cada um. Aprendi também que tem que olhar com o coração. Namaste!

Vivenciando: Jaipur, Nova Delhi, Agra, Jhansi, Khajuraho  e Varadasi –Nesse post vou dar um depoimento geral sobre essas cidades que visitei e nos próximos,  na medida do possível,  detalho cada uma dessas cidades.

Chegamos a Jaipur, estado do Rajasthan, só vendo para crer.  Foi formidável passear de tuc tuc e riquixá no meio da confusão. Só vendo para entender: vaca pra cá, camelo pra lá, noivo a cavalo, pessoas no elefante, pedestres atravessando, carros buzinando, ônibus querendo passar, motos cortando, bicicletas e… tudo ao mesmo tempo. Are baba. Que loucura maravilhosa!.. Isto é a Índia que sempre sonhei conhecer. Tudo girando ao mesmo tempo num frenesi de enlouquecer, num maravilhoso bailado que só quem está bailando junto entende.

Nova Delhi– cidade globalizada, toda arborizada, estradas novas, o crescimento econômico foi mais de 8%. Hoje , além dos trilhos, como é ligada toda a capital com o resto do País, é grande o investimento em estradas. Isso é bem perceptível. Os Templos Indús, que são super lindos, nos mostram uma arquitetura impecável. Tivemos a oportunidade de assistir a uma cerimônia em um desses Templos, no caso foi no Templo Burla. Ao Por do Sol, eles fazem a segunda oração do dia. Foi muito lindo e ao mesmo tempo emocionante porque foi autêntico, exceto nos, uma cortesia do nosso guia indiano, só participavam as próprias pessoas do local. Que demontração de Fé nos deram.  Podemos observar que a  religão é  sem dúvida uma das coisas mais importante, ou  quisá a mais importante  para os Indus.

 De Jaipur para Agra-  A viagem dá uma idéia da Índia, das diferenças sociais,  da extrema pobreza.  Mas eles são muito espiritualizados e olham sempre o lado auspicioso das coisas, assim sendo, como dizem: não tem tempo para pensar em coisas ruins. Vivem em plena paz e felicidade. Isso é perceptível quando se conversa, no meu caso por mímica, com a população mais simples.

 Agra– considerada um importante destino pelas presença de esplêndidos monumentos, com o notável   Taj Mahal  e o Forte de  Agra conhecido como Forte Vermelho, ambos  eleitos como Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO.

 

O Taj Mahal é também conhecido como a maior prova de amor do mundo, contendo inscrições retiradas do Corão. É incrustado com pedras semipreciosas, tais como o lápis-lazúli entre outras. A sua cúpula é costurada com fios de ouro. O edifício é flanqueado por duas mesquitas e cercado por quatro minaretes. Outra maravilha de Agra é o Forte de Agra (conhecido como Forte Vermelho, devido à construção em arenito) é tão ou mais espetacular que o conhecido Taj Mahal.

De Agra para Jhansi  pegamos o trem expresso e graças a Deus estávamos na primeira classe, vejam porque dou graças a Deus, vimos o que é de fato pobreza extrema, mas com dignidade. Não roubam e não pedem esmolas. Imploram para que compremos algo que estão vendendo ou que os deixem prestar algum serviço com: engraxar sapato, consertar zíper de malas, (como foi o caso de uma sacola minha que o zíper estava sem o puxador). Depois de muita insistência deixei-o fazer o serviço que ficou super maravilhoso e barato.

O desespero de crianças doentes, com moscas nas feridas, jovens e velhos atravessando os trilhos de um lado para o outro da estação enquanto os trens não paravam de passar e todos lotados, incluindo passageiros na parte de cima (e não eram surfistas de trem). Tudo isso acontecendo enquanto esperávamos o “nosso” trem. Foi bom conhecermos esse lado da Índia. Amadurece, ensina a enxergar o quanto somos impotentes e ao mesmo tempo abençoados por Deus.

 À noite, assistimos a uma cerimônia (casamento) de um casal de indianos. Foi aqui no hotel onde estavamos hospedados.  A nossa guia conversou com o cerimonial e recebeu permissão para assistirmos a tal cerimônia. Estávamos de sari. Foi o maior barato. A única diferença do casamento na novela “Caminhos das Indias” é que eles eram um “pouquinho” mais modernos ou globalizados, pelo fato de morarem em Dubai. Mas a cerimônia foi igual a da citada novela: água do Ganges pra lá, um tal de pai por açúcar na boca da noiva e a mãe na do noivo, pra cá, trocas de presentes, colares de flores, etc… Não deixa de ser uma cerimônia bem bonita.  Além das joias preciosas, do banquete super farto, jóias preciosas,  saris  riquíssimos  e uma decoração de tirar o fólego, tudo num colorido ímpar. Isso tudo nos deu uma pequena  idéia, ao vivo e a cores da diferença social,  se compararmos com o que vimos na estação de trem.

  Com relação às mulheres, essas estão mais liberais por causa do trabalho. No caminho para Agra, como o País depende quase 90% da agricultura (ainda manual), observa-se muitas mulheres arando, de roupas típicas, ou nos diversos templos e museus que visitamos, os jardins estão sempre sendo cuidados, também por mulheres.  .

  Passando por Jhansi- cidade importante pelos seus Templos. A Fortaleza Orcha é magnífica.  A cidade medieval  construida durante o século XVI , se situa no caminho entre Jhansi e Kajuraho, a 16 Km e  170 Km respectivamente.De Jhansi para khajuraho a estrada é sem comentários. Um vai e vem de caminhões, motos, ônibus, bicicletas, pedestres, vacas, não esqueçam que são sagradas. É inacreditável, como eles desviam na hora que a gente acha que os veículos vão bater de frente e como buzinam. Não vimos nenhuma briga nem xingamentos, atropelamentos ou batidas. Acho que os desastres só não acontecem porque a estrada não permite tanta velocidade, mas haja freios. Dizem que as vaquinhas ajudam muito a acalmar os motoristas, que sempre param para que passem Já em Khajuraho , um povoado com 8 mil habitantes, aproximadamente,  no coração da Índia Central, os templos são voltados para a celebração do amor, tanto divino quanto humano. Visitamos o complexo com 😯 templos todos esculpidos com representações de amor, carnal, contando diferentes histórias. É o único exemplo de arquitetura Indo-aria conhecido em todo o mundo por suas esculturas eróticas. Depois do Taj Mahal, Kajuraho,é o monumento mais visitado da Índia.

 

   Em Varadasi, a cidade santa dos Indus: o rio Ganges a cerimônia de cremação que vimos, o lindo amanhecer na margem do Gangi, as pessoas se banhando e orando com fé…. até agora fico arrepiada. Foi o lugar que mais me chocou, se é que é essa a palavra apropriada. A cerimônia de cremação… nem sei explicar o que senti. Foi tudo muito forte para essa pobre criatura despreparada. Que coisa indescritível: um misto de várias emoções: tristeza, revolta, impotência, admiração, irritação, raiva de mim mesma pela falta de paciência com os vendedores, cansaço, sentimento de estar suja e querer chegar logo para tomar banho, desinfetar as mãos… um verdadeiro turbilhão de sentimentos inexplicáveis.

  AGUARDEM OS PRÓXIMOS POSTS, VOU MOSTRAR/FALAR, ATRAVÉS DE FOTOS, DE CADA UMA DESSAS CIDADES.

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Uma de minhas atividades prediletas fora da mesa da “firma” é escrever poesias, mania que carrego desde os tempos de escola primária. Mas cordel é diferente.

Escrevi meu primeiro cordel em 2004, motivada pelo mote do 2°. Concurso Paulista de Literatura de Cordel: “Cotidiano metroferroviário de São Paulo” com  32 estrofes e em septilha. E não é que fui uma das vencedoras? A única mulher, aliás.

O  livrinho com os  cordéis vencedores vem sendo distribuído desde então em diversas escolas estaduais e municipais do Brasil, o que me causa muito orgulho.

E é com esse orgulho que aqui compartilho meu

Trilhando a vida em São Paulo”:

Para entender São Paulo

Ao Passado vamos voltar

Gente de outra nação

Nova Pátria vem buscar

Outras da mesma nação,

Em busca de novo chão,

Vem a São Paulo somar.

===

Desembarcando no Brás,

Alguns vindos lá do Norte,

Da aridez da caatinga

Quase escapando da morte,

Em busca de novo rumo,

Tentando achar o seu prumo

No Brás encontram seu norte.

===

Achando no berço Brás,

Munição para o progresso,

Junto ao povo paulista,

Todo esse povo ingresso

Trabalhando de maquinista,

Ou em profissão de artista…

Aceita inté no Congresso.

===

As fábricas todos os dias

Não paravam de apitar,

Chamando seus empregados

Pro trabalho começar.

Ia o povo contente

Enfrentar o seu batente

Para o salário ganhar.

===

Mas, no final da semana,

Só queriam descansar

Os maquinistas dos trens

Também queriam folgar

Naquele bairro animado

Folguedos pra todo lado

Bom baile pra maxixar.

===

As cadeiras nas calçadas

Comadres a chiachierar

Sobre o namoro da filha

Marido não quer falar.

Conselhos que não faltavam,

As rezas que não falhavam

Para o marido aceitar.

===

Na taberna lá do lado,

Na caderneta anotado

Cebolas, batatas e óleo

Num canto atordoado

Corinthiano pensando

Um palmeirense lembrando

Daquele jogo danado.

===

Os trilhos da Ferrovia,

Naquela paragem Brás,

Daquele, povoamento

Onde encontrei minha paz,

Rua era o centro de tudo,

Lua me deixava mudo

Naquela noite fugaz.

===

Tempo bom daquele Brás

Daquela Estação de Trem,

Que muito progresso trouxe,

Além de muito vintém,

Alegria e muito sonho

Pra aquele povo risonho

Naquele seu vai-e-vem.

===

Hoje, depois de alguns anos,

O trem, quando passa, sente

Miséria prá todo lado,

Muita área decadente,

Mas firma sua viagem

Com muita cumplicidade

Com toda aquela gente.

===

Sem preconceito de raça,

Nem de credo nem de cor,

Leva negro, branco, índio,

Leva pobre e o doutor,

Leva todo o abandono,

Leva pessoas sem dono,

Levando com muito amor.

===

Leva o camelô sem jeito,

Aposentado tristonho,

Moço que procura emprego,

Quem vai em busca de sonho,

Leva a moça extravagante,

Executivo elegante

E todo o povo risonho.

===

Ocorrem coisas hilárias

Dentro de um vagão de trem.

Perguntem aos funcionários

Quem foi que brigou com quem,

Da paquera descarada

Da moça que deu palmada

Em quem encoxava alguém.

===

Roubos na bilheteria

Fazem da vida do trem

Corre-corre que agonia,

Sem poder encontrar ninguém.

E aquele mendicante,

De estória interessante,

Sempre alugando alguém.

===

E aquele assaltante,

Que virou inté militante

De tanto assaltar o trem,

Amizade interessante

Naquele vagão pai d’égua

Que caminha muitas léguas

No seu passo incessante.

===

Sempre vai seguindo em frente,

Levando todo meu sonho,

Desesperança também,

Do desemprego medonho,

Daquela falta de grana

Que não dá nem para a Brahma

Daquele dia enfadonho.

===

Cumplicidade perfeita,

Canta o trilho do trem,

Pingente na empurra-ajeita

Querendo cantar também,

Espaço do outro invadindo

Num gesto vadio vai indo

E não vem se foi já vem.

===

É no balanço do trem

Que eu até sonho acordado,

Com o sertão da minha terra

Que sonho belo, encantado

Esqueço da ingratidão,

Do emprego e do patrão,

Por quem sou tão maltratado.

===

Hoje se chega no Brás

De Metrô, mesmo de trem,

Sensação de liberdade

Congestionamento? Sem

A geração trem-Metrô

Esse bairro integrou

Mooca, Pari e Belém.

===

Trilhando a vida em São Paulo,

Dentro de um vagão de trem,

Multidões nas plataformas

E eu não conheço ninguém.

Cuidado, escada rolante!

Depois de um dia estafante

Eu vou trilhando também.

===

Os Metro-ferroviários

Se juntam ao cidadão,

Ajudando os passageiros

Não só na baldeação,

Na segurança, limpeza….

Conduzindo com firmeza

Parando só na Estação.

===

A velha Estação do Braz

Centenária e atual,

Unindo trem e metrô

Marrom, cor original.

A porta da Estação

Usou na restauração

Jatobá, que é natural.

===

Tombada hoje está

Antiga Estação do Braz

Tem história prá contar

Quem não se lembra rapaz?

Hoje, com especialistas

Conscientes e ativistas

De soluções estão atrás.

===

Estudando a cidade,

Olhando  através dos planos,

Estudando com firmeza

O que causa tantos danos.

É o mundo industrial?

Ou função comercial?

Que dirão os outros anos…

===

Preservar ao patrimônio,

Trabalho fundamental,

Pois o cerne da Metrópole

É a sua área central,

Pois o centro da cidade

É a sua identidade

Merece atenção especial.

===

450 anos,

São Paulo é mundial!

Centro não é só histórico,

Mas é multifuncional,

Com requalificação

Vai poder ter expansão

Integrando área central.

===

Essa grande integração

Vai o centro estruturar,

Na convergência de linhas,

Trem e Metrô vão se ligar.

Projeto de integração

É bom prá população

Todo o centro alcançar.

===

Vou de trem vou de metrô

Em São Paulo trabalhar,

Usando a cidadania

Vou poder até estudar,

Sem o trânsito perverso,

Vou atrás do meu progresso

E São Paulo ajudar.

===

Vou de trem, vou de metrô

Por São Paulo passear,

Sensação de liberdade

Poder São Paulo explorar,

Sem ficar congestionado

Nesse trânsito danado

E a vida festejar…

Atualização em 22/01/2010: Fiquei contente em ver este cordel divulgado no Blog Independente Metrô de São Paulo. Agradeço ao Marcos Carvalho pela gentileza.

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